Afonso de Albuquerque, 500 anos depois: Memória e Materialidade

Afonso de Albuquerque, 500 anos depois: Memória e Materialidade


A 16 de Dezembro de 2015 assinala-se o 500º aniversário da morte de Afonso de Albuquerque. O MIL: Movimento Internacional Lusófono, em colaboração com a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP), organiza um conjunto de iniciativas de carácter interdisciplinar que, tomando a efeméride como um oportuno e relevante pretexto, reúne alguns dos melhores estudiosos e especialistas para uma discussão séria e sem limites sobre a vida e a obra daquele que ficou famoso como o «César do Oriente», o «Grande», o «Leão dos Mares», o «Marte Português» e o «Terrível», para uma revisitação da sua época, de como eram a Ásia e o Índico então, e para uma apreciação do legado cultural que foi permanecendo ao longo dos últimos cinco séculos. Tal discussão, revisitação, apreciação, ocorrerá num colóquio a ter lugar, respectivamente, nas sedes em Lisboa da BNP (16) e da SHIP (17), e será complementada por uma mostra documental, na sede em Lisboa do ANTT, entre 15 de Dezembro e 23 de Janeiro de 2016. Em simultâneo, também em Alhandra, onde nasceu, e no concelho de Vila Franca de Xira de que aquela vila é uma freguesia, o filho mais ilustre da terra merecerá um programa de comemorações especial e específico.

Organização: MIL: Movimento Internacional Lusófono; Biblioteca Nacional de Portugal; Arquivo Nacional da Torre do Tombo; Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

Comissão Organizadora: Miguel Castelo Branco, Octávio dos Santos e Renato Epifânio


PROGRAMA

16 de Dezembro Biblioteca Nacional de Portugal
11h00 Sessão de Abertura
11h15 Painel I
Mendo Castro Henriques: «Memória de Afonso de Albuquerque em Portugal»
Luísa Timóteo: «Memória de Afonso de Albuquerque em Malaca»
Teotónio de Souza: «Memória de Afonso de Albuquerque em Goa»
12h45 Debate
13h00 Almoço
14h30 Painel II
Rui Loureiro: «Algumas notas sobre Brás de Albuquerque e os seus "Comentários de Afonso Albuquerque"»
Deana Barroqueiro: «Afonso de Albuquerque, da realidade à ficção - A matéria de que são feitos os mitos»
Roger Lee de Jesus: «Afonso de Albuquerque e o ataque falhado a Adem (1513)»
16h00 Debate
16h15 Intervalo
16h30 Painel III
João Teles e Cunha: «Albuquerque e a “Chave da Pérsia”: ambições e políticas portuguesas para o Golfo Pérsico e Médio Oriente 1507-1515»
Luís Farinha Franco: «Para um relance de Afonso de Albuquerque na historiografia portuguesa»
Miguel Castelo Branco: «Percepções do Islão em Afonso de Albuquerque»
18h00 Debate
18h15 Intervalo
18h30 Apresentação de Obras
«Q - Poemas de uma Quimera», de Octávio dos Santos & outras edições do MIL: Movimento Internacional Lusófono
«Revista Nova Águia» nº 16 & «Revista Finis Mundi» nº 9

17 de Dezembro Palácio da Independência
16h00 Painel IV
Vítor Conceição Rodrigues: «Afonso de Albuquerque, um grande capitão de poucos consensos»
João Campos: «Arquitectura militar de vanguarda no Golfo Pérsico»
Luís de Albuquerque: «Aspectos militares da presença portuguesa no Índico no Século XVI»
Manuel J. Gandra: «O projecto milenarista de Afonso de Albuquerque»
18h00 Debate
18h15 Sessão de Encerramento


Contactos:
Endereço Postal: Sede do MIL - Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa) / Telefone: (+351)967044286 / info@movimentolusofono.org / www.movimentolusofono.org





segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Diogo do Couto, 400 anos depois


Não deixa de ser, de certa forma, como que uma coincidência: foi em Goa, e no dia 10 de Dezembro de 1616, que morreu Diogo do Couto. Ou seja, «exactamente» 101 anos depois... menos seis dias, e no mesmo ponto do Mundo, de Afonso de Albuquerque. Os feitos deste, passado um século, ainda se faziam sentir na Índia Portuguesa. Um colóquio – nas próximas quinta e sexta-feiras – e mostra documental – desta quinta-feira até 31 de Janeiro – a decorrerem no Arquivo Nacional da Torre do Tombo assinalarão a efeméride.
Lê-se na apresentação da iniciativa (texto corrigido): «Nos dias 15 e 16 de Dezembro (de 2016) terá lugar, na Torre do Tombo, o colóquio Internacional “Diogo do Couto: história e intervenção política de um escritor polémico”. Este colóquio pretende congregar um conjunto de investigadores que têm estudado o autor, a sua produção textual e/ou a sua época, no sentido de propiciar um espaço de reflexão e dar novo fôlego aos estudos coutianos, no momento em que se cumprem 400 anos sobre a morte de Diogo do Couto, ocorrida em Goa a 16 (10) de Dezembro de 1616. Paralelamente estará patente no átrio principal a mostra documental “Diogo do Couto” onde se aliam documentos em suporte original com o suporte digital. Entre outros mostram-se algumas “Décadas da Ásia” originais, parte autógrafas e parte ideógrafas, nomeadamente a oitava, onde Couto conta o encontro que teve com Luís de Camões em Moçambique, ou a “Década” doze, livro quinto, onde se descreve “… a grande e admirável cidade que se descobrio nos matos do Reino cãboja e de sua fábrica e sítio” (Angkor); o “Tratado dos Gama” da autoria de Diogo do Couto, II parte, relativa aos sucessos dos filhos de Vasco da Gama na Índia, ou ainda algumas das cartas que escreveu ao Conde da Vidigueira, D. Francisco da Gama, onde fala da actualidade política da época, entre outros muitos assuntos. Para finalizar, mostram-se alguns documentos produzidos por Diogo do Couto no âmbito da sua actividade enquanto guarda-mor da Torre do Tombo do Estado da Índia.»
De assinalar que um dos três elementos da comissão organizadora do evento – e um dos oradores – é Rui Manuel Loureiro, que no ano passado participou no colóquio «Afonso de Albuquerque, 500 anos depois – Memória e materialidade». Usará igualmente da palavra João Teles e Cunha, que também colaborou connosco em 2015 na evocação do «César do Oriente».

domingo, 4 de dezembro de 2016

501 anos depois…


Depois de uma visita a Lisboa em Abril último (que realizou) e da recriação de um mercado medieval na cidade sede do conselho em Junho último (que apoiou), a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira volta a promover uma iniciativa que tem o segundo Vice-Rei da Índia como tema. No próximo dia 16 de Dezembro – quando passam 500… e um anos desde a sua morte – e a partir das 21 horas, aquela autarquia recebe, no seu auditório, a professora e investigadora Alexandra Pelúcia para uma conferência com o título «Afonso de Albuquerque – 500 anos depois». A conferencista é, recorde-se, também autora do livro (uma biografia) «Afonso de Albuquerque – Corte, Cruzada e Império», editado e apresentado em Maio último. (Referência no blog da JFVFX.)

sábado, 19 de novembro de 2016

«Cartas»… recebidas


Eis uma terceira sugestão bibliográfica, de leitura, relacionada com Afonso de Albuquerque, que aqui deixamos. Desta vez trata-se de «Cartas Para El-Rei D. Manuel I», escritas pelo próprio Vice-Rei da Índia, com selecção, prefácio e notas de António Baião, publicada pela Sá da Costa Editora originalmente em 1942. 
A edição aqui divulgada é a terceira, de 2010 (ISBN 978-972-562-396-1, 168 páginas), e, ao contrário dos outros dois livros – este e este – anteriormente referidos, este que agora divulgamos foi mesmo adquirido (por mim), e tal ocorreu na livraria Mbooks (onde abundam obras interessantes já com algum tempo, inexistentes ou difíceis de encontrar em outras lojas, e a preços mais acessíveis), situada na estação ferroviária de Santa Apolónia, no passado dia 11 de Novembro e no regresso de uma conversa que eu e Renato Epifânio tivemos com Nuno Pacheco, do Público, e em que foram abordadas e discutidas, entre outras iniciativas recentes do Movimento Internacional Lusófono, o colóquio dedicado ao «Terrível» realizado em 2015 aquando dos 500 anos da sua morte. Aquela compra constituiu como que o culminar (pessoal) óbvio, se bem que um pouco tardio, de um projecto que pretende(u) evocar um dos nomes mais importantes da História de Portugal, e que hoje as autoridades estatais, governamentais, oficiais, não parecem interessadas em recordar...
... Porque isso implica evocar um passado de força e de influência que contrasta hoje claramente com um presente de fraqueza e de irrelevância. Como é referido numa das badanas desta edição, as onze cartas nela reunidas - escolhidas de entre várias dezenas - enviadas da Índia ao Rei D. Manuel «são o instrumento onde, conforme afirma no prefácio à obra o historiador António Baião, Afonso de Albuquerque "relata as suas façanhas, se queixa das (...) ingratidões, e (...) realça patrioticamente o nome e acção (dos) portugueses no Oriente". Estas cartas, cujos originais estão conservados na Torre do Tombo, são consideradas de grande importância não apenas do ponto de vista histórico mas também literário». Mais do que isso: no prefácio Baião não hesita em afirmar que «à semelhança de Júlio César, Albuquerque empunhava a espada e a pena com igual sublimidade. (...) Era a educação humanista da época, que em Albuquerque frutificou exuberantemente. Surpreendemo-lo conhecedor dos feitos de Alexandre, o Magno e grande admirador de Cid, o Campeador. Ao analisá-las literariamente não sabemos que mais admirar, se a riqueza da sua linguagem - no primeiro quartel do século XVI! - se o vigor da sua argumentação cerrada, se o colorido e o pitoresco da sua imaginação! Enfileira justamente entre os clássicos quinhentistas portugueses.» 
Numa das cartas, com data de 22 de Dezembro de 1510, o «César do Oriente» faz o relato da conquista de Goa: «Ali faleceram passante de trezentos turcos, e dali até o passo de Benastarim e de Gondali por esses caminhos jaziam muitos mortos que escaparam feridos e caíam ali e outros muitos se afogaram à passagem do rio e muitos cavalos. Depois queimei a cidade e trouxe tudo à espada, e por quatro dias continuadamente a vossa gente fez sangue neles; por onde quer que os podíamos achar, não se dava vida a nenhum mouro,  e enchiam as mesquitas deles e punham-lhes fogo; aos lavradores da terra e brâmanes mandei que não matassem. Achámos por conta serem mortas seis mil almas, mouros e mouras, e dos seus peães archeiros, muitos deles faleceram. Foi, Senhor, um feito mui grande, bem pelejado e bem acabado, e afora ser Goa uma tão grande cousa e tão principal, ainda se cá não tomou vingança de traição e maldade que os mouros fizessem a Vossa Alteza e a vossas gentes, senão este, o qual soará em toda parte, e com este temor e espanto fará vir grandes cousas à vossa obediência, sem nas conquistardes, e as senhoreardes: não farão maldade, sabendo que têm a paga mui prestes.» São passagens como estas que hoje, compreensivelmente, assustam, aterrorizam, até repugnam, deixam de «cabelos em pé» muitas «almas sensíveis» e «politicamente (e historicamente, e culturalmente) correctas», que dominam a educação e a comunicação no nosso país, e que, obviamente, nenhum interesse têm em evocar, e muito menos celebrar, Afonso de Albuquerque.        

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Uma escola Albuquerque?


Iniciado mais um ano lectivo (que alguns pretendem que seja «letivo»…), o de 2016-2017, interrogámo-nos: acaso existirá em Portugal uma escola com o nome do «César do Oriente», do «Terrível», segundo, Vice-Rei da Índia? Procurámos… e encontrámos: sim, existe uma Escola Secundária de Afonso de Albuquerque, na Guarda, que é simultaneamente a sede de um agrupamento de escolas com a mesma designação. Infelizmente, está situada n(um)a Avenida… Afonso Costa.
A Direcção deste estabelecimento de ensino na Beira Alta foi contactada por mim, através de correio electrónico, no passado dia 16 de Outubro – perguntei se haviam tido conhecimento da efeméride (500 anos da morte) acontecida em 2015; porém, e até ao momento em que publico este texto, ainda não recebi qualquer resposta.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Outro livro sobre Albuquerque


Mais uma sugestão de leitura, ou seja, mais uma obra sobre Afonso de Albuquerque. Ao contrário da anterior, é de autor(es) estrangeiro(s), e não é recente: foi publicada originalmente em Portugal há uma década, em 2006, e este ano a editora (a Fronteira do Caos) decidiu, e bem, lembrá-la. Tem por título «Afonso de Albuquerque – O César do Oriente», e consiste numa selecção de textos do Vice-Rei da Índia e do seu filho Brás feita por John Villiers e T. F. Earle. A sinopse: «A vida de Albuquerque foi passada em batalhas na terra e no mar, a comandar frotas, no exercício da diplomacia e na administração de vastas e ingovernáveis populações, mas não foi apenas um homem de acção. Tal como César, foi também um prolífico escritor e à noite escrevia ou ditava uma impressionante série de cartas e despachos, sobretudo ao rei D. Manuel de Portugal, explicando e justificando as suas acções. Provavelmente, nunca ele comparou o seu percurso ao de César, mas a comparação foi feita por seu filho, também chamado Afonso de Albuquerque, que dedicou uma longa vida a transformar as cartas de seu pai numa narrativa coerente, a que deu o título “Comentários”, o mesmo que César dera às narrativas das suas campanhas.»

domingo, 17 de julho de 2016

Uma nova biografia de Albuquerque


«Afonso de Albuquerque – Corte, Cruzada e Império» é o título de uma nova (a mais recente) biografia do segundo Vice-Rei da Índia. Foi escrita por Alexandra Pelúcia, professora e investigadora de História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e editada pela Temas e Debates. A sinopse: «Afonso de Albuquerque é uma das personalidades históricas mais afamadas em Portugal, mercê da atraCção multissecular que foi capaz de gerar. Por um lado, há o papel fulcral por ele desempenhado no estabelecimento da presença portuguesa na Ásia, nos alvores da era quinhentista, e, por outro, a riqueza e a densidade psicológicas que lhe assistiam. Com efeito, Albuquerque surge ligado à matéria dos Descobrimentos e das subsequentes dinâmicas de expansão levadas a cabo pelos portugueses além-mar, a qual se reveste de importância intrínseca e insofismável, tanto no contexto da história nacional como no da história global.» O lançamento foi há precisamente dois meses – a 17 de Maio, na Livraria Bertrand Picoas Plaza, e com apresentação de Nuno Senos – mas só hoje tive(mos) conhecimento, e porque me lembrei de procurar: efectivamente, a autora foi convidada a participar no colóquio «Afonso de Albuquerque, 500 Anos – Memória e Materialidade», mas recusou, alegando, entre outros motivos, a urgência em concluir esta obra. Muito gostaríamos – e isso o comuniquei à Prof.ª Alexandra Pelúcia – de fazer também na Biblioteca Nacional de Portugal ou na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, a 16 ou a 17 de Dezembro passado, uma antevisão deste seu livro, mas tal, apesar da nossa insistência, não foi possível.   

terça-feira, 21 de junho de 2016

Ir ao mercado com Afonso

Mais uma vez no município de Vila Franca de Xira e/ou uma instituição daquele (se) evocou Afonso de Albuquerque ainda no âmbito da passagem dos 500 anos da morte do segundo Vice-Rei da Índia, natural de Alhandra. Agora foi o Centro de Bem Estar Infantil da sede do concelho, que dedicou o VI Mercado Medieval, que organizou nos passados dias 3, 4 e 5 de Junho, «À Glória de Albuquerque»; existe pelo menos um registo audiovisual da iniciativa. 

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Foi há um ano…

… Precisamente, a 30 de Maio de 2015, que se realizou o (de que temos conhecimento) primeiro evento que assinalou – a quase sete meses de distância da efeméride – os 500 anos da morte de Afonso de Albuquerque. Este, aliás, foi o título e o tema dessa «sessão cultural» que decorreu no auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira, e em que participaram, como oradores, João Teles e Cunha (que também integraria o elenco dos palestrantes no colóquio que teve lugar em Dezembro último, organizado pelo Movimento Internacional Lusófono), Leonor Garcia da Cruz, Manuel Cadafaz de Matos e Paulo Sousa Pinto. 

domingo, 3 de abril de 2016

Vá passear com a Junta de VFX


A Junta de Freguesia de Vila Franca Xira realiza no próximo dia 12 de Abril um «passeio cultural» a Lisboa denominado «Nos passos d’Albuquerque». Os interessados devem inscrever-se na sede daquela junta até ao próximo dia 8. Com partida às 8.30 horas (junto à estação de caminhos de ferro daquela cidade) e chegada prevista às 17, o passeio em autocarro(s) incluirá passagens pela Igreja da Graça, pela Sociedade de Geografia de Lisboa e pelo Museu Militar.  

segunda-feira, 7 de março de 2016

Retractar o retrato?

Há cerca de um mês, mais concretamente a 6 de Fevereiro de 2016, a emissão transmitida nesse dia, na RTP1, do programa «Linha da Frente» foi constituída por uma reportagem, da autoria do jornalista Armando Seixas Ferreira, intitulada «Verdadeiro ou falso?», e teve como tema os crimes – roubos, falsificações – e as dúvidas que têm marcado muitos objectos de arte em Portugal. O destaque maior do programa foi dado à revelação de que o quadro de Afonso de Albuquerque que se guarda e se exibe no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, «esconde outro personagem por debaixo da pintura», ou seja, tem uma camada inferior que contém outra imagem, outro retrato de outra figura histórica – Lopo Soares de Albergaria, terceiro Vice-Rei da Índia e sucessor do «Terrível» naquela função; pode-se ver e ouvir a partir dos 26 minutos e 25 segundos. É de referir também que outro dos casos mencionados envolve um dos oradores do colóquio «Afonso de Albuquerque, 500 Anos – Memória e Materialidade»: Luís de Albuquerque, director do Museu Militar, que relata o furto e a posterior recuperação – quase 40 anos depois! – de duas pistolas que pertenceram ao Rei D. Pedro IV (a partir dos 17’25’’). 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

«Ecos» de Albuquerque

Existem, ou existiram (foram feitas), referências aos 500 anos da morte de Afonso de Albuquerque, e ao colóquio e mostra documental que o MIL organizou em colaboração com o ANTT, a BNP e a SHIP, que ainda não divulgámos aqui, e que, quais «ecos», ainda vão a tempo, merecem ser – e ficar – registadas para memória futura.  
O primeiro e principal destaque vai para a emissão de 16 de Dezembro passado do podcast semanal do Observador intitulado «Conversas às Quintas», que, como José Manuel Fernandes informou logo a abrir, foi excepcionalmente gravado à quarta-feira para coincidir com a efeméride dos cinco séculos do falecimento do segundo Vice-Rei da Índia. Denominada «Afonso de Albuquerque, 500 anos depois: o homem que inventou o império português», a emissão adianta ainda, na respectiva página do jornal digital, que «há 500 anos, a 16 de Dezembro de 1515, morria Afonso de Albuquerque. Soldado e estadista, construiu o domínio português nos mares do Oriente, assim criando um império que o deixou de mal com o seu rei». Como habitualmente, o ex-director do Público e actual «publisher» do Observador debateu o tema com Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto, tendo este aliás mencionado o início, naquele mesmo dia, da nossa iniciativa na Biblioteca Nacional de Portugal.
Merecem ainda ser referidos: o texto de João Ferreira do Amaral «”A outra asa do grifo”» no blog 31 da Armada; a divulgação da evocação «Afonso de Albuquerque, 500 Anos – Memória e Materialidade» feita nos blogs A Voz Portalegrense, Nova Casa Portuguesa, Real Beira Litoral e Expressão (do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, na Guarda!), e ainda na ViralAgenda; as breves alusões (uma, duas, três, quatro), entre comentários e notícias, no sítio na Internet do Correio da Manhã, a acrescentar às duas páginas anteriormente dedicadas ao assunto na edição em papel daquele jornal diário; e as menções (uma, duas, três) feitas, no seu blog Conversa com os Leitores, por Deana Barroqueiro, oradora no colóquio.   

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

É até dia 23

A partir de hoje faltam dez dias para o encerramento da mostra documental, patente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, inserida na iniciativa «Afonso de Albuquerque, 500 Anos – Memória e Materialidade», que incluiu o colóquio realizado na Biblioteca Nacional de Portugal a 16 de Dezembro e na Sociedade Histórica da Independência de Portugal a 17 de Dezembro de 2015. É pois o tempo que resta a todos os que ainda não viram «ao vivo» três das cartas escritas pelo Vice-Rei da Índia ao Rei D. Manuel. Entretanto, o blog Albuquerque 500 continua(rá) activo: a captar e a reproduzir os «ecos» da efeméride e da evocação, de que os exemplos mais recentes são os artigos de Deana Barroqueiro no Jornal de Letras, Artes e Ideias e de Renato Epifânio n’O Diabo e no Público; e a noticiar os eventuais adicionais eventos que venham ainda a concretizar-se, neste ano novo de 2016, dedicados ao ilustre alhandrense e/ou à época em que viveu.     

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

No Público e n'O Diabo: Dois Afonsos, sempre mais do que uma visão…


Não sou de todo dado a subjectivismos pós-modernos. Acredito mesmo que existe uma coisa que dá pelo nome de “realidade”. Ainda assim, sei bem, por experiência própria, o quanto, perante a mesma realidade – e mesmo não havendo divergência quanto aos factos –, as interpretações podem ser divergentes, até mesmo antitéticas.


A mais recente prova viva disso decorreu no Colóquio “Afonso de Albuquerque: 500 anos depois”, promovido, em meados de Dezembro, pelo MIL: Movimento Internacional Lusófono, em parceria com a Biblioteca Nacional, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal.


Perante os mesmos factos relativos à vida de Afonso de Albuquerque, as interpretações foram, com efeito, nalguns casos, bastante divergentes. O que não me surpreendeu. Para quem, desde logo, tem, no plano geral, orgulho da nossa expansão marítima, Afonso de Albuquerque tende a ser visto de forma positiva e mesmo algumas das suas acções mais questionáveis tendem a ser relativizadas: se estas não seriam aceitáveis nos tempos de hoje (o que ninguém contesta), à luz do seu tempo o mesmo não se poderá dizer.


Mas nem todos, obviamente, têm essa posição de partida, esse orgulho no plano geral da nossa expansão marítima. Para quem, desde logo, assume uma posição de partida diversa desta, Afonso de Albuquerque tenderá a ser visto sobretudo como um “agressor”. Nada menos do que isso. Ou até mesmo – conforme alguém sugeriu durante o Colóquio – como um “terrorista”.


Desdramatizando esse “conflito de interpretações”, dei, durante o Colóquio, um outro exemplo, ainda mais eloquente, sobre um outro Afonso da nossa história: o próprio Afonso Henriques. Enquanto fundador da nossa nacionalidade, só os portugueses que lamentam a existência de Portugal tenderão a ter dele uma visão negativa. O que não é, de todo, o meu caso. Acredito até que se Afonso Henriques renascesse, morreria de espanto – e de orgulho – por tudo aquilo que Portugal fez, sobretudo nos primeiros cinco séculos da sua história, para mais tendo em conta que tudo começou com um pequeno Condado…


Nas minhas regulares idas à Galiza, enquanto Presidente do MIL e Director da Revista NOVA ÁGUIA, tenho porém verificado que muitos galegos olham para Afonso Henriques de outra forma. E falo dos (muitos) galegos pró-portugueses, mais do que isso, pró-lusófonos. Para estes, com efeito, Afonso Henriques foi o principal responsável pela cisão histórica entre a Galiza e Portugal. Enquanto português que também lamenta essa cisão, não deixo de ser sensível a essa visão mais negativa de Afonso Henriques. Mesmo sabendo que, sem essa cisão, muito provavelmente Portugal não teria sido tão grande quanto foi.


Renato Epifânio
Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono